quinta-feira, 20 de novembro de 2014

CULTIVO E USO DE PLANTAS MEDICINAIS POR MORADORES DO BAIRRO ALDEOTA



Trabalho Apresentado FECINA
 

CULTIVO E USO DE PLANTAS MEDICINAIS POR MORADORES DO BAIRRO ALDEOTA


Aluna: Helen Chaves Cordeiro de Oliveira

Orientadora: Naiana Cristina Rodrigues dos Santos
 7º ano
RESUMO


Valores naturais e ecológicos retornam com grande força, na determinação de novos preceitos, em todas as áreas do conhecimento científico e da vida prática. Assim, o presente trabalho reporta principais plantas medicinais cultivadas e utilizadas por moradores do Bairro Aldeota. O estudo foi realizado entre os meses de julho e setembro de 2014, com entrevistas de 298 moradores entre 12 e 80 anos de idade, que cultivam e utilizam ou já cultivaram e utilizaram plantas medicinais. Para coleta de dados foi aplicado um questionário semiestruturado como roteiro complementado por entrevistas livres e conversas informais em que se buscou obter o cultivo e o uso das plantas medicinais. Como resultado desta pesquisa, 79% dos moradores cultivam e utilizam plantas medicinais e apenas 21% não fazem cultivo e nem fazem uso das mesmas. Os resultados revelaram que as plantas medicinais mais cultivadas e utilizado são: a hortelã, a cidreira, o capim-santo e a malva, de forma isolada ou combinada com outras plantas medicinais. A utilização é feita, principalmente, por moradores que tem o primeiro grau incompleto, para o tratamento de gripes, utilizando através de chás, xaropes ou lambedores. As plantas medicinais são adquiridas através de plantações em suas próprias casas, vizinhos, parentes ou amigos.

 
APRESENTAÇÃO

A história da utilização de plantas é tão antiga quanto à história da humanidade. Desde épocas imemoriais os seres humanos utilizam-se dos recursos naturais para a sua sobrevivência. Construíam suas casas em harmonia com o clima da região habitada, usando folhas e troncos de árvores, as quais também lhes forneciam seu meio de transporte.
Na alimentação, já faziam uso dos vegetais, inclusive os considerados medicinais. Os doentes eram tratados pelos xamãs, pajés e curandeiros, donos da arte e das ciências da cura. Estes associavam o conhecimento da flora curativa com a capacidade de comunicação direta com seus deuses e com os elementos da natureza, agindo desta forma, em duas frentes contra a doença. Por um lado, tratavam o mal com o remédio que eles conheciam e preparavam, e por outro, garantiam a ação do preparado ou a cura, através de sugestionamento do paciente por meio de rituais.
Neste trabalho, além de dar informações sobre o assunto – cultivo e uso de plantas medicinais por moradores do Bairro Aldeota – interagimos com os moradores discutindo através de questionários realizados sobre as plantas medicinais cultivadas e utilizados por eles.

PROBLEMA

  •       Quantos moradores do Bairro Aldeota cultivam e utilizam plantas medicinais? 

JUSTIFICATIVA

Esse trabalho aborda o tema “Cultivo e o uso de plantas medicinais por moradores do Bairro Aldeota”. Elas são muito cultivadas e utilizadas pelos moradores em diversas formas, seja por chás, xaropes, entre outros. As plantas medicinais possuem alto poder curativo, sendo muito cultivadas e utilizadas pelos nossos antepassados. Nesse projeto pretendemos repassar algumas informações sobre a cultivação e a utilização das plantas medicinais em uma apresentação na Feira de Ciências, tanto Escolares como Municipal.


OBJETIVOS

Geral
  • Conhecer as plantas medicinais mais cultivadas e utilizadas por moradores do Bairro Aldeota e assim contribuir para a construção da Política Social da Comunidade Escolar, trazendo informações sobre o cultivo e o uso de plantas medicinais.

Específicos
  • Realizar um levantamento de dados sobre as plantas mais utilizadas pelos moradores;
  • Criar e fortalecer espaços de debates na escola sobre as pesquisas realizadas;
  • Promover a participação dos alunos nos levantamentos da pesquisas;
  • Utilizar diversos ambientes com a finalidade educativa e investigativa de ampliar seus conhecimentos, adquirindo prática e experiências no cultivo e no uso de plantas medicinais;
  • Apresentar o trabalho na Feira de Ciências da Escola e do Município.


METODOLOGIA


Para a realização deste trabalho foram feitas pesquisas em livros, revistas, internet, entrevistas semi estruturadas, que consistem em um roteiro contendo uma lista de questões e tópicos a serem abordados, cultivaremos em alguns vasos mudas de algumas plantas medicinais, selecionadas para a apresentação da Feira de Ciências. Produziremos cartazes, panfletos, chá, xarope ou lambedor, bolos, caderno de receitas contendo algumas informações sobre as plantas e como usá-las.
A utilização de entrevistas semi estruturadas permite uma maior compreensão e contextualização do cultivo e do uso das plantas medicinais, pois as entrevistas foram realizadas por aluno do 7º ano A e B da EEF Teresa Aragão Serra, aos moradores entre eles os jovens, adultos e idosos do Bairro Aldeota. As entrevistas que realizaram junto aos moradores não foi objeto de um único contato, escolhemos o Bairro Aldeota em função do grande número de alunos morarem naquele bairro e tornarem o publico alvo do trabalho.


RESULTADOS E CONCLUSÕES

Acreditamos estar desenvolvendo um trabalho potencialmente inclusivo, pois as divergências entre o conhecimento da escola e o conhecimento do público que a frequenta vêm provocando, entre outras coisas, o distanciamento entre a escola e a comunidade, e sabemos que para oferecer ensino de qualidade necessitamos nos integrar. Uma das formas que vêm fazendo com que alcancemos bons resultados é a valorização dos saberes populares, o que dentro da disciplina de Ciências pode ser realizado no trabalho do conhecimento das plantas medicinais. Nesse contexto, os alunos puderam observar que a escola poderia oferecer mais do que o ensino formal e que, uma vez na escola, o aluno poderá também desenvolver-se por meio de atividades de pesquisa que colaborem com uma formação cidadã.
Neste contexto, pode-se destacar que a pesquisa voltada para o campo das plantas medicinais é eficiente para comprovar suas ações mediante usos populares.
Entendemos que este trabalho se insere e contribui para a implementação da EEF Teresa Aragão Serra, uma vez que traça um perfil social, que possivelmente abrange o Bairro Aldeota; relacionar os recursos naturais cultivados e utilizados por moradores; aponta detalhes suficientes para se iniciar uma investigação e documentar o saber popular acerca dessas plantas possibilitando propor projetos no sentido do desenvolvimento de plantas medicinais.
Neste trabalho, adotamos também o método de coleta de dados, através de questionário semi estruturado, para verificarmos o cultivo e uso de plantas medicinais mais utilizadas por moradores do Bairro Aldeota. Como resultado desse nosso trabalho foi citadas no total 10 plantas medicinais cultivadas e utilizadas, com prevalências variando de 2% a 21% (Tabela 1).

Tabela 01: Prevalência de uso (%) das principais plantas medicinais utilizadas pelos moradores do Bairro Aldeota.
Nome Popular
Nome Científico
Prevalência de Uso (%)
hortelã
erva cidreira
capim-santo
malva
mastruz
boldo
camomila
romã
corama
babosa
Menthapiperita
Melissa officinalis
Cymbopogoncitratus
Malva sylvestris
Coronopusdidymus
Coleusbarbatus
Matricariachamomilla
Punica granatum
Bryophyllumpinnatum
Aloe vera
21%
15%
13%
12%
10%
8%
7%
6%
5%
2%


No primeiro item da pesquisa, realizada com 298 moradores do Bairro Aldeota, foi perguntado qual (is) plantas medicinais era(m) utilizado(s) por eles. Pode-se verificar que a maioria dos moradores cultiva e utiliza a hortelã (Menthapiperita) de forma isolada ou combinada, com prevalência de uso de 21% (Figura 01).


Figura 01: Principais plantas medicinais mais cultivadas e utilizadas por moradores do Bairro Aldeota.                                               
 

 
Em um dos itens da pesquisa, realizada com 298 moradores do Bairro Aldeota, foi perguntado qual o principal meio de aquisição de plantas medicinais para preparação dos remédios. Como resultado, pode-se verificar que o principal meio de aquisição de plantas, pelos moradores entrevistados, dá-se por meio de plantações feitas em suas próprias casas (32%), seguido de parentes (30%), vizinhos (20%) e amigos18%. (Figuras 2)

Figura 02: Formas de aquisição de plantas medicinais por moradores do Bairro Aldeota.
 


No que se refere aos dados sócio-demográfico, quanto à escolaridade dos entrevistados, foi observado que 59% dos usuários de plantas medicinais têm o 1º grau incompleto, 23% são analfabetos e 18% têm o segundo grau completo. (Figura 03).

Figura 03: Escolaridade dos moradores consumidores de plantas medicinais.

Na figura 04 está ilustrada a relação de doenças (em porcentagem) para as quais as plantas medicinais são mais comumente empregadas. Pode-se observar que a maioria dos entrevistados utiliza as plantas medicinais quando há gripe (43%).

Figura 04: Relação de doenças (em porcentagem) para as quais as plantas medicinais são mais comumente empregadas.
   


Na Tabela 02 consta a relação de enfermidades para as quais as plantas medicinais são mais comumente empregadas por moradores do Bairro Aldeota, formas de uso e partes da planta utilizada. Pode-se observar que foram relatadas 13 enfermidades tratadas com plantas medicinais, entre elas estão: gripe, tosse, dores estomacais, cólicas menstruais, dores de cabeça, inflamações, calmantes, pressão alta, piolho, dores musculares, tontura, sinusite e cólicas infantis. 


Enfermidade
Parte da planta
Planta utilizada
Forma de uso
gripe, tosse
Folhas, fruto, semente
hortelã, erva cidreira, capim-Santo, malva, romã, mastruz
chá, xarope, lambedor, banho, infusão
dores estomacais
folha, semente
boldo,  erva cidreira
Chá
cólicas menstruais
folha
camomila, hortelã
Chá
dores de cabeça
folha, semente
capim-santo, erva doce, hortelã
chá, compressa
inflamações
caule, folha, casca
ameixa, mastruz, malva, romã
inalação, infusão, chá, xarope
calmantes
folha
capim-santo, erva cidreira, camomila
Chá
pressão alta
folha
capim-santo, camomila
Chá
piolho, dores musculares
folha
babosa
compressa, pomada e suco
Tontura
folha
hortelã, erva cidreira
Chá
sinusite
folha
cidreira, hortelã, malva
banho, chá
cólicas infantis
folha
hortelã
Chá


Como verificado na Figura 05, a maioria dos moradores do Bairro Aldeota entrevistados afirmaram que o uso do remédio feito com plantas medicinais trouxe resultados satisfatórios (82%) para saúde desses moradores.


Figura 05: Grau de satisfação com o cultivo e a utilização de plantas medicinais pelos moradores do Bairro Aldeota.

   


Em se tratando de como é feita à plantação por parte dos moradores do Bairro Aldeota, na Figura 06 mostra que 42% cultivam com estrumo, 33% com adubo, com areia 13% e com a terra 12%.
 

Figura 06: Como é feita à plantação das plantas medicinais por moradores do Bairro Aldeota.

    
Para mostrar como são plantadas as plantas medicinais, na Figura 07 mostra que os moradores do Bairro Aldeota plantam na maioria das vezes em quintal 65%, canteiro 23%, vaso 5% e horta 2%.


Figura 07: Onde é feita a plantação por moradores do Bairro Aldeota.
   
Os resultados apresentados neste trabalho confirmam que a maioria dos moradores do Bairro Aldeota são usuários de planta medicinai e se dedicamao cultivo das mesmas, têm o primeiro grau incompleto, utilizam plantas medicinais adquiridas em plantações caseiras e afirmam que os remédios preparados por eles apresentam resultados satisfatório para saúde. Dentre as plantas medicinais mais empregadas estãoà hortelã, a cidreira, o capim-santo e a malva, teve maior prevalência, sendo as plantas medicinais mais cultivadas para o consumo próprio, para curar gripes, tosses, cólicas, dores de cabeça e inflamações.
A pesquisa aqui realizada tem grande relevância não só para os moradores do Bairro Aldeota como também para o aluno do 7º ano A e B da EEF Teresa Aragão Serra e também para toda a sociedade, pois, é inaceitável que a sabedoria popular não seja valorizada pelas novas gerações. Além disso, é relevante enfatizar a necessidade de um maior domínio desse saber, a fim de poder cultivar e usaras plantas medicinais.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

SOUSA, F. C.; OLIVEIRA, E. N. A.; SANTOS, D. C.; OLIVEIRA, F. A. A.; MORI, E.; Uso de plantas medicinais (fitoterápicos) por mulheres da cidade de Icó-Ce, revista de biologia e farmácia, Volume 05-Número 01, 2011.








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