quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A PRESERVAÇÃO DO SOLO NA AGRICULTURA FAMILIAR EM TAUÁ - CEARÁ





Ítalo Félix


A PRESERVAÇÃO DO SOLO NA AGRICULTURA FAMILIAR EM TAUÁ - CEARÁ


Ronald Oliveira Siqueira
6º Ano B
Profª Orientadora: Francisca Valbene Soares Costa



RESUMO


Nesse estudo sobre a temática: agricultura e pecuária, com foco no manejo do solo na agricultura familiar, desenvolvido pelos alunos do sexto ano da Escola de Ensino Fundamental Teresa Aragão Serra na disciplina de Ciências para à Feira Tauaense de Ciências, Tecnologia e Meio Ambiente (FETACTEMA), buscamos tratar sobre a agricultura familiar e a preservação do solo, objetivando nesse breve relato propor uma reflexão sobre os impactos ambientais ocasionados pelo mau uso do solo na agricultora familiar, a partir da discussão dos desafios e dificuldades relacionados ao uso sustentável do solo na agricultura, do conhecimento dos métodos utilizados pelos agricultores no plantio e de uma análise da prática do plantio na agricultura familiar.
A necessidade emergente do uso sustentável do solo na agricultura familiar praticada em Tauá - CE, motivou nossa pesquisa e estudo. A utilização de práticas sustentáveis em relação ao solo na prática laboral do agricultor, representa um avanço atitudinal na preservação do solo, todavia o que se observou ao longo desse estudo foi que o agricultor tem realizado o manejo do solo de forma ultrapassada e rudimentar, fazendo uso excessivo de produtos químicos.
Para levantamento de dados, optamos por uma pesquisa de natureza quantitativa e qualitativa apoiada em estudo bibliográfico relacionados a temática. A compreensão teórica teve como base central as ideias de Abramovay (1992) e outros autores e órgãos, complementado e ampliado por observação da prática laboral no uso do solo de alguns agricultores familiares, realizadas com alguns agricultores das comunidades de Tauá-CE, com a perspectiva de refletir sobre os impactos ambientais ocasionados pelo mau uso do solo na agricultora familiar, e que fatores o condicionam, aplicando como técnica de coleta de dados a entrevista espontânea e o questionário, na construção do trabalho contamos ainda com adição de grupos de estudo e discussão em sala de aula.
Os resultados mostram que, a cultura sustentável na utilização do solo ainda não voga na agricultura familiar realizada em Tauá – CE, verificamos também que, quanto ao manejo do solo, a adição da sucessão familiar e órgãos governamentais tem sido responsável pela formação dos agricultores. No tocante a utilização de agrotóxicos, nota-se que a utilização é alta, mesmo quando se conhece os males advindos do uso. Quanto a prática da rotação de cultura, verificou-se que mesmo conhecendo os benefícios dessa prática, ela ainda não é tida como primordial.
Consideramos assim necessária a existência reflexiva e atitudinal, que lance mão da educação ambiental, da aplicabilidade da legislação ambiental e do solo eficaz e coesa, bem como da existência por parte dos órgãos governamentais e sociedade civil de um plano que direcione a agricultura familiar praticada em Tauá – CE a um processo de atualização, só assim será possível romper com práticas rudimentares e destruidoras no manejo do solo, e visualizar um horizonte de preservação e manejo sustentável do solo.

Palavras-chave: Agricultura Familiar; Preservação do solo; Manejo sustentável do solo.





APRESENTAÇÃO



A partir da temática agricultura discorremos sobre uma problemática emergente: o manejo do solo na agricultura familiar, em que a partir da pesquisa e estudo sistemático, buscaremos entender a realidade no uso do solo e a necessidade de preservação deste, uma vez que a degradação do solo tem se mostrado em muitos casos quase irreversível.
O solo é um recurso natural essencial para a manutenção da vida, assim para amenizar os impactos gerados pelas atividades desempenhadas no solo, existem as práticas de conservação que visam à manutenção das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.
Na metodologia desse estudo, lançamos mão de uma pesquisa de natureza quantitativa e qualitativa apoiada em estudo bibliográfico relacionados a temática. A compreensão teórica teve como base central as ideias de Abramovay (1992) e outros autores e órgãos, complementado e ampliado por observação da prática laboral no uso do solo de alguns agricultores familiares, realizadas em algumas comunidades de Tauá-CE, com a perspectiva de refletir sobre os impactos ambientais ocasionados pelo mau uso do solo na agricultora familiar, e que fatores o condicionam, aplicando como técnica de coleta de dados a entrevista espontânea e o questionário, na construção do trabalho contamos ainda com adição de grupos de estudo e discussão em sala de aula.
Este trabalho se encontra assim organizado, para melhor acoplamento das ideias, dividimos em duas partes, na primeira parte trazemos a caracterização do estudo e da pesquisa, dividido em 1. Problemática, em que mostramos a proposta e a finalidade desse estudo, em seguida trazemos a 2. Justificativa, na sequencia vem o 3. Referencial Teórico, em que trazemos opinião dos autores relacionados a temática, e 4. Objetivos, e finalmente a 5. Metodologia, ... Na segunda parte contextualizamos o campo de pesquisa e estudo, quando apresentamosde forma objetiva e clara os dados relevantes da pesquisa na 6. Análise da Pesquisa e Estudo, e para finalizar o estudo e trazemos as nossas7. Considerações Finais.
Nesse breve relato, objetivamos propor uma reflexão sobre os impactos ambientais ocasionados pelo mau uso do solo na agricultora familiar, a partir da discussão dos desafios e dificuldades relacionados ao uso sustentável do solo na agricultura, do conhecimento dos métodos utilizados pelos agricultores no plantio e de uma analise da prática do plantio na agricultura.



1. PROBLEMÁTICA


O solo é um recurso natural essencial para a manutenção da vida, assim para amenizar os impactos gerados pelas atividades desempenhadas no solo, foram criadas práticas de conservação que visam à manutenção das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.
O solo é protegido por uma cobertura vegetal, nele existem micro-organismos que ativam o ciclo biológico, no momento em que o homem promove a retirada da vegetação, o solo fica exposto à ação de ventos, chuvas, raios solares, altas temperaturas, que destroem a sua estrutura, assim parte dos micro-organismos morrem deixando o solo improdutivo, daí a importância de tratar o solo com agrotóxicos orgânicos buscando trata-lo de uma forma menos agressiva.
Neste estudo, a partir da temática agricultura discorremos sobre uma problemática emergente: o manejo do solo na agricultura familiar, em que a partir da pesquisa e estudo sistemático, buscaremos entender a realidade no uso do solo e a necessidade de preservação deste, uma vez que a degradação do solo tem se mostrado em muitos casos quase irreversíveis, necessitando assim que exista um maior investimento de ideias, educação e sensibilidade da sociedade civil e do poder público.
Consideramos sobremodo relevante o estudo dessa temática, pela sua abrangência e capacidade de nos oportunizar o conhecimento dessa realidade, bem como a analise como se dá a utilização do solo pelo agricultor para que possamos interagir com os mesmos as situações problemas do seu cotidiano e estabelecer a relação da sua prática observada com o método correto de utilização e manejo do solo.



        2. JUSTIFICATIVA


A gênese desse estudo e pesquisa, surgiu a partir das discussões realizadas em sala de aula, pelos alunos do sexto ano da Escola de Ensino Fundamental Teresa Aragão Serra, na disciplina de ciências, sobre o manejo do solo e a realidade da agricultura familiar desenvolvida no município de Tauá - CE.
Entre os pontos elencados como prejudiciais ao solo e passiveis de mudanças estão: o uso inadequado do solo, a falta de atualização nas práticas de plantio e o desconhecimento de métodos eficiente no manejo do solo, assim como dos impactos ambientais ocasionados. Construímos esse trabalho como forma de trazer um reflexão necessária e uma atitude prática.
A partir da pesquisa verificamos que o agricultor utiliza o solo de forma ultrapassada, foi possível constatar que ainda ocorre da mesma forma que os seus antepassados, ou seja, com o desmatamento, queimadas e uso de agrotóxicos inorgânicos que prejudicam o solo.
Nesta pesquisa sobre a preservação do solo pelo agricultor procuramos conhecer como o solo estar sendo utilizado e de que forma esse processo está contribuindo para a degradação do mesmo, pois o solo é a base para qualquer atividade e por isso deve-se utilizá-lo de forma racional.




3. AGRICULTURA FAMILIAR E MANEJO DO SOLO


A expressão agricultura familiar tem sua definição formal a partir da Lei 11.326 de 24 de julho de 2006, que vai estabelecer primordialmente as diretrizes para a formulação da Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais.
A legislação referida, considera como agricultor familiar e empreendedor familiar rural aquele que pratica atividades no meio rural, atendendo, simultaneamente aos seguintes requisitos: i) não detenha a qualquer título, área maior do que quatro módulos fiscais; ii) utilize predominantemente mão de obra da própria família em seu estabelecimento; iii) possua renda familiar originada primordialmente de atividade econômica vinculada ao próprio estabelecimento; e iv) dirija seu estabelecimento com sua própria família.
A definição de agricultura familiar não é simples, neste trabalho utilizaremos a definição de Abramovay (apud ZAGO; BORDIGNON, 2012, p. 02), que aceitando a dificuldade em conceituar o termo,“concebe a agricultura familiar como aquela em que a gestão, a propriedade e a maior parte do trabalho vêm de indivíduos que mantêm entre si laços de sangue ou de casamento”, o autor ainda salienta que, nem sempre o agricultor familiar pode ser definido como camponês.
A partir do contexto da agricultura familiar, existe a necessidade emergente de se fazer “a busca de novas estratégias para que se possa promover um desenvolvimento socialmente justo, economicamente viável e ecologicamente equilibrado”, ou seja, uma agricultura sustentável (BARBOZA; SANTOS, 2012, p. 18).
Aliada e alinhada à agricultura familiar encontramos a agricultura orgânica, que pode ser definida como, o sistema de produção que exclui o uso de fertilizantes sintéticos de alta solubilidade, agrotóxicos, reguladores de crescimento e aditivos para a alimentação animal, compostos sinteticamente (AAO, 2014)
Abramovay (1992) nos afirma que a agricultura familiar é um atividade que engloba não somente o agricultor e sua família mas abrange também os agricultores que produzem em grandes quantidades a partir do uso das novas tecnologias ou seja utilizando os recursos modernos. Assim, temos que a agricultura familiar é uma área da nossa economia, significativa e contributiva, bem como contemporânea, sendo parte constitutiva do nosso cotidiano.
A agricultura é sujeita ao solo para a fixação de raízes, fornecimento de água e nutrientes, sendo este também fonte de outras matérias-primas como a argila, areias, minerais e turfa. É papel do solo também, o armazenamento e transformação parcial de minerais, água, matéria orgânica e diversas substâncias químicas, possuindo uma capacidade (CONFAGRI).
Nesta perspectiva, existe a necessidade, portanto de um manejo sustentável do solo, que reflexiva e atitudinalmente que efetive sua preservação e conservação. Para tanto, precisamos entender que os processos de degradação do solo criam um grave problema a nível mundial, com consequências ambientais, sociais e econômicas significativas (CONFAGRI).
Compreendemos assim, que a degradação do solo trará prejuízos irreparáveis ao meio ambiente pois uma vez degradado, o mesmo levará muito tempo para se regenerar, trazendo assim um grande prejuízo para o meio ambiente e principalmente para o ser humano.



4. OBJETIVOS


4.1 Objetivo Geral

Este trabalho buscará a partir da abordagem da temática: Agricultura Familiar e preservação do solo, propor uma reflexão sobre os impactos ambientais ocasionados pelo mau uso do solo na agricultura familiar, buscando as possíveis causas que levam o solo a degradação e desertificação no município de Tauá.

4.2 Objetivos específicos

·    Refletir sobre as dificuldades e desafios relacionados ao uso do solo na agricultura;
·       Conhecer os métodos utilizados pelos agricultores no plantio;
·       Analisar a prática do plantio na agricultura.
 



5. METODOLOGIA


Diante da importância de melhor conhecer como o agricultor utiliza o solo, realizou-se uma pesquisa, a fim de perceber se eles estão fazendo o uso correto do mesmo na agricultura e assim mostrar a realidade do agricultor e a forma pela qual eles utilizam o solo para amenizar a degradação, pois o uso adequado e racional, mantém o mesmo sem destruição ou degradação.
Nesta perspectiva, alguns resultados da pesquisa feita deste projeto com 19 agricultores em relação ao uso do solo para o plantio de culturas, considerando as práticas de manejo utilizadas pelos mesmos, os tipos de cultura cultivados e como aprenderam a lidar com o solo serão apresentados.Agricultores responderam questionário objetivo e subjetivo, com o histórico do uso do solo e sua utilização no plantio (se usou e por quanto tempo usou o plantio arado, desmatando, queimando, quais os tipos de cultura cultiva, se costuma adubar o solo antes do plantio, que tipo de adubo utiliza, como aprenderam a manusear o solo, se recebem orientação de algum órgão para exercer a função de agricultor, como combater as pragas que surgem no plantio, se sabem que doenças pode trazer o uso de agrotóxicos na agricultura.
Lançamos mão de uma pesquisa de natureza quantitativa e qualitativa apoiada em estudo bibliográfico relacionados à temática. A compreensão teórica teve como base central as ideias de Abramovay (1992) e outros autores e órgãos, complementado e ampliado por observação da prática laboral no uso do solo de alguns agricultores familiares, realizadas em algumas comunidades de Tauá - CE, com a perspectiva de refletir sobre os impactos ambientais ocasionados pelo mau uso do solo na agricultora familiar, e que fatores o condicionam, aplicando como técnica de coleta de dados a entrevista espontânea e o questionário, na construção do trabalho contamos ainda com adição de grupos de estudo e discussão em sala de aula.




6. ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS


Através dos questionários verificamos que os níveis de escolaridade dos agricultores variam entre analfabetos, ensino fundamental I e II e ensino médio.  Dos agricultores que responderam os questionários, quatorze disseram que costumam adubar o solo e cinco relataram que não adubam o solo. Com relação ao preparo do solo para o plantio, eles responderam que fazem desmatamentos e queimadas (cinco) e aram as terras para o plantio (treze). Questionados sobre o tipo de adubo utilizado pelos mesmos,a maioria respondeu que utiliza tanto adubo orgânico quanto adubo inorgânico.
Muitos agricultores responderam que aprenderam a manusear o solo com os pais, mas que recebem orientação da EMATERCE[1]no plantio das roças. Os tipos de cultura cultivados por eles variam em: arroz, milho, feijão, melancia, jerimum e pepino. No combate as pragas percebem se que utilizam muito agrotóxico inorgânico e orgânico. Quanto as doenças adquiridas com o uso do agrotóxico treze relataram ter conhecimento sobre as doenças que podem ser adquiridas e seis disseram não saber das consequências.
A rotação de cultura ainda não é uma prática adotada por nossos agricultores muito embora conheçam os benefícios que as mesmas tragam para o solo, outro agravante é não preparar o solo de forma correta, ou seja, ainda utilizam muito o desmatamento e queimada o que acaba contribuindo para o empobrecimento e erosão do mesmo. A utilização de agrotóxico também trás malefícios tanto para o solo quanto para o meio ambiente, pois acaba poluindo as águas.
A partir das respostas ao questionário, temos que a cultura sustentável na utilização do solo ainda não está em voga na agricultura familiar realizada em Tauá – CE, verificamos também, que, quanto ao manejo do solo, a adição da sucessão familiar e órgãos governamentais tem sido responsável pela formação dos agricultores. No tocante a utilização de agrotóxicos, nota-se que a utilização é alta, mesmo quando se conhece os males advindos do uso. Quanto a prática da rotação de cultura, verificou-se que mesmo conhecendo os benefícios dessa prática, ela ainda não é muito praticada pelos agricultores.



7. CONSIDERAÇÕES FINAIS


Conforme indicamos, o presente texto aborda parte dos resultados de uma pesquisa mais ampla sobre a preservação do solo no contexto da agricultura familiar, cultura sustentável e manejo sustentável do solo na agricultura. Nesta direção foi possível reconhecer aproximações entre o que vem sendo discutido no manejo sustentável do solona agricultura familiar no campo com os dados obtidos em entrevistas espontâneas com agricultores.
Oprojeto permitiu conhecimento da realidade produtiva na agricultura da região envolvendo aspectos de preservação e planejamento de uso do solo.Foram identificadas as principais culturas cultivadas na região bem como se dá o processo de plantação e preparação do solo no momento da plantação.
Portanto, faz-se necessária a existência reflexiva e atitudinal, que lance mão da educação ambiental, da aplicabilidade da legislação ambiental e do solo de forma eficaz e coesa, bem como da existência por parte dos órgãos governamentais e sociedade civil de um plano que direcione a agricultura familiar praticada em Tauá – CE a um processo continuo de atualização, só assim será possível romper com práticas rudimentares e destruidoras no manejo do solo, e visualizar um horizonte de preservação e manejo sustentável do solo.



AGRADECIMENTOS


Aos agricultores, agricultoras de localidades diversas de Tauá - CE que ofereceram seu tempo e compartilharam suas aspirações e expectativas de vida, enriquecendo e nos ensinando com sua “braveza de heróis”[1].



REFERENCIAS


AAO (Associação de Agricultura Orgânica). Disponível em: <http://www.aao.org.br>. Acessado em: 10/10/2014.

ZAGO, N. BORDIGNON, C. Juventude rural no contexto da agricultura familiar: migração e investimento nos estudos. IX AMPED SUL – Seminário de Pesquisa em Educação da região Sul, 2012, 16 p.

ABRAMOVAY, Ricardo; Paradigmas do Capitalismo Agrário em questão; Rio de Janeiro; ed. ANPOCS, 1992.

AMBIENTE BRASIL. Disponível em: <http://www.ambientebrasil.com.br>. Acessado em: 5 de fev. de 2005. 

BARBOZA, A. D. SANTOS, M. R. A agroecologia como estratégia de desenvolvimento da agricultura familiar. XXI ENCONTRO NACIONAL DE GEOGRAFIA. Uberlândia: UFU, 2012, 20 p.

CONFAGRI. Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal. Importância do Solo e suas Funções. Disponível em: . Acessado em: 13/10/2014.
















  

































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